11 de agosto de 2010

As Deusas Devoradoras das Américas - Parte 2 - CHICOMECOATL, A DEUSA MAIS ANTIGA


Chicomecoatl, a "Mãe do Milho" e dos gêneros alimentícios é tida como a divindade mais antiga da América. Seu nome é traduzido como "sete serpentes". As cerimônias dedicadas à esta deusa são comemoradas no mês Huei Tozoztli e seus templos são então, decorados com milho e as sementes depositadas nele são abençoadas.

Ela é também a deusa da volúpia e do pecado e que gera e renova a vegetação através do ato sexual. É portanto, uma deusa da fertilidade que inclui a Terra como os seres humanos. É freqüentemente retratada com o rosto pintado de vermelho e com espigas de milho presas nas orelhas. Dizem que ela é a irmã do deus da chuva, Tlaloc.




Ela traz consigo a caveira, e a vítima feminina do sacrifício feito em sua louvação é decapitada. Como aspecto invernal da terra letal, ela coloca-se em oposição à terra fecunda, que está associada ao Oriente e à primavera. Com seu traje de serpentes, ela empunha a faca de silex e possui as garras de jaguar, animal que é inimigo arquetípico da luz, considerado atributo negativo masculino e companheiro do Feminino Terrível que como Grande Mãe, traja o manto da noite com as luas.

O jaguar era o Senhor das montanhas e das cavernas, do eco, dos animais selvagens, dos tambores de chamadas, da escuridão devoradora e do céu noturno. Existe um mito em que a unidade de terra e céu noturno se divide, significando que a unidade original dos primórdios é diferenciada. A deusa terra é trazida para baixo, vindo do céu primordial e é desmembrada. É em função deste desmebramento que ela passa a ser origem de todos os víveres.

Mas ela não possui somente um caráter bondoso, por vezes a deusa incorpora a Mãe Terrível. Conta-se que ela bradava durante a noite clamando por corações quentes. Não se acalmava enquanto estes não lhe fossem trazidos e se recusava a fertilizar a terra enquanto não estivesse encharcada de sangue humano.

JAGUAR/ÁGUIA

O jaguar, deus do número Nove, que é a expressão das regiões "inferiores", senhor da escuridão é o inimigo da águia, o símbolo solar e as lutas míticas entre luz e trevas que compõe o mundo asteca é visto nas batalhas entre os guerreiros-jaguares contra os guerreiros-águias. A águia pode ser considerada a substituta do Sol (ela é a única que pode olhar para o astro, sem dano aos olhos), do fogo celeste e da mais alta divindade urânica.

A terra é representada na forma de uma boca de jaguar devorando o Sol no crepúsculo, portanto a terra representava o monstro insaciável que não só devora os mortos, mas também arrasta para as profundezas o Sol e as Estrelas.

Texto retirado do site: www.xamanismo.com.br


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