30 de novembro de 2010

Aflição


Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)
Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel
Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.

(Hilda Hilst)

26 de novembro de 2010

É isso...


"Não, ela não quer aprender, não quer crescer, não quer ter uma alma madura em poucos anos se pra isso custar a solidão, o escuro do quarto no fim do dia, um abraço por mês. Ela quer viver um tempo bom, o das companhias companheiras, parceiras, que vão até o fim, seja lá o que isso seja. As defesas apaixonadas, a ligação a qualquer hora do dia, da noite, da madrugada. A declaração de amor no meio da aflição... o "por toda vida" durando a vida toda, sem conta-gotas de afeto... Amor. É isso!"



19 de novembro de 2010

O último andar


No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem
para ninguém os maltratar:
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.

(Cecília Meireles)

17 de novembro de 2010

Toledo



Diluído numa taça de oiro a arder
Toledo é um rubi. E hoje é nosso!
O sol a rir... Vivalma... Não esboço
Um gesto que me não sinta esvaecer...

As tuas mãos tacteiam-me a tremer...
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço,
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!

Cerro um pouco o olhar, onde subsiste
Um romântico apelo vago e mudo
— Um grande amor é sempre grave e triste.

Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo...
Uma torre ergue ao céu um grito agudo...
Tua boca desfolha-me num beijo...

(Florbela Espanca)

13 de novembro de 2010

Colada à tua boca...



Colada à tua boca a minha desordem.

O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas
escomedida.
Árdua.
Construtor de ilusões examino-te ôfrega
Como se fosses morrer colado à
minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do
amanhecer.

(Hilda Hilst)

11 de novembro de 2010

In my Dreams with You


I'm watchin' you

I'm wantin' you

But you turn away
I'd crawl through broken glass to you
But it wouldn't pay
You take me for a fool
But if you only knew
What I do in my dreams with you

You're so cold and critical
And baby that's too bad
So my reality will have to come to me in my dreams

I know that you belong to me every night
You suddenly appear in my eyes
It happens when I sleep
It isn't right
What I do in my dreams with you

I love the way you come to me every night
My fantasies are real and they never lie
If you only knew
What I do in my dreams with you yeah
It isn't right
Lord knows that it isn't right

The world can make you cynical
With all its love and pain
But I don't have to carry
The weight of the world



I know that you belong to me every night

You suddenly appear in my eyes
It happens when I sleep
It isn't right
What I do in my dreams with you

Baby don't wake me
Let me take you on an endless journey
We touch
And the softest kiss explodes with lust
It's real
And you can't deny the heat you feel
And if I die before I wake baby that's all right


I know that you belong to me every night

You suddenly appear in my eyes
It happens when I sleep
It isn't right
What I do in my dreams with you

(Steve Vai)

8 de novembro de 2010

Você Realmente Já Amou Uma Mulher?


Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la
Você precisa conhecê-la profundamente
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho
E dar-lhe asas quando ela quiser voar
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher...


Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela, realmente, é desejada
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém
Para dizer-lhe que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente, realmente
Realmente já amou uma mulher?

Para realmente amar uma mulher, deixe-a segurar você
Até que você saiba como ela precisa ser tocada
Você precisa respirá-la, realmente saboreá-la
Até que você possa senti-la em seu sangue
E quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela
Você saberá que realmente ama uma mulher

Quando você ama uma mulher
Você diz a ela o quanto ela é desejada
Quando você ama uma mulher
Você diz a ela, que ela é a única
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Você precisa dar-lhe um pouco de confiança
Segurá-la bem apertado, um pouco de ternura
Precisa tratá-la bem
Ela estará perto de você, cuidando bem de você
Você realmente precisa amar uma mulher.

E quando você se achar repousando, desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher.


Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, o que ela realmente quer.
Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, que ela é a única.
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto.
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?
Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?
Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente, já amou uma mulher?

(Bryan Adams)

5 de novembro de 2010

Strip-Tease


Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta:
sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara:
"Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância:
"Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado:
"Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo:
"Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua:
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca...
(Martha Medeiros)

1 de novembro de 2010

A Estrela



Uma mulher está graciosamente abaixada a beira de um lago, não usa roupas e tem no rosto uma expressão tranquila, seu nome é Esperança.

A mulher derrama água – energia psíquica – no lago da Consciência Universal. O outro jarro derrama água na terra seca em cinco córregos, representando os cinco sentidos. Seus pés se apóiam entre a terra firme e o lago. A perna ajoelhada ao chão – Terra – suporta seu peso, enquanto seu outro pé repousa próximo a água do subconsciente. Mantém o equilíbrio entre o mundo material e aquele que habita a alma. Ela está nua, pois nada tem a esconder. O solo é fértil. A mulher carrega dois jarros de água e verte ambos para alimentar a terra e continuar o ciclo de fertilidade, representado pelo campo verde ao seu redor.

A Estrela brilhante é a melhor carta para representar o amor-próprio. Ela alimenta a sua habilidade de confiar em si mesma. A Estrela irradia sua própria beleza interior.
Observe a carta:
Existem sete pequenas estrelas representando seus chacras e a necessidade de abrí-los e limpar sua aura. O número 17, que representa a carta da Estrela no Tarot, soma 8. Todas as estrelas representadas possuem oito pontas. O oito é a Força, a qualidade de aceitar seus erros e amar a si mesma a despeito deles.

Neste arcano o Tarô oferece uma mensagem inconfundível de fé, que irradia a energia cósmica, e diz-se que é o presente do Tarô ao consulente. Indica inspiração, criatividade, oportunidades, o espírito da humanidade visto sob o aspecto criativo.
Quando a Estrela surge, esteja aberto a novas idéias e crescimento. Ouça sua voz interior.
A Estrela é a carta da harmonia e do equilíbrio. Entretanto, porque a Estrela segue a carta da Torre, representa também o fim de um período de mudanças e conflitos. A Estrela é a carta da saciedade, da paz de espírito, da estabilidade mental e emocional.


A Estrela presenteia-nos com o prazer na natureza, a intuição racional e o raio da esperança. Revela uma fase amorosa, preenchida com energia tranquila e entendimento renovado. É a carta dos favores celestiais e das bençãos. Carrega consigo a cura, o esquecimento de memórias dolorosas, através da força do conhecimento de seu verdadeiro eu. Nenhum pensamento obscurece sua vida ou seu futuro de felicidade. Concede a capacidade de perdoar e ser perdoada.
Luz, Iluminação. A Estrela desvela um tempo de alegria, sonho, esperança e cura.
A Estrela, desde a antiguidade, sempre foi inspiração, chamando nosso inconsciente a imaginar planos mais elevados. Quando olhamos para o céu, não sentimos mais os dissabores da vida terrena. Após nosso encontro com a Estrela, nos sentimos abençoados.


Nas leituras do Tarot, a Estrela é bem vinda em tempos de luto e desespero. Nos nossos momentos mais sombrios, precisamos saber que existe esperança e uma luz a nos esperar ao fim da estrada. A carta carrega a promessa de que podemos a qualquer momento encontrar a paz, se abrirmos nosso coração e nos livrarmos de nossos medos e dúvidas.
A Estrela mostra o caminho, iluminando nossos passos. Entretanto, ao mesmo tempo que a esperança é fundamental para realizarmos nossos objetivos, ela é apenas o começo. Com a carta 17, você sabe que está no caminho certo. Nossos desejos estão abençoados, mas é preciso que a ação venha de nós. Tomar o destino nas mãos e deixar que a luz da Estrela nos guie até a felicidade.


(Texto retirado da net)