Durante o sono, o eu e o corpo astral "abandonam" o corpo físico deixando dentro deste apenas o corpo etérico; em consequência disso, o corpo físico permanece vivo. No momento da morte, o eu, o corpo astral e o corpo etérico separam-se do envoltório físico. Este se torna "cadáver", matéria sem vida, e passa a seguir as leis físico químicas do mundo mineral; estas destroem a forma do corpo, que rapidamente se decompõe.
Na vida, a simples presença do corpo físico com os instrumentos físicos do cérebro e dos sentidos impediu a percepção do conjunto das impressões e experiências conservadas no corpo etérico como "memória". Ao deixar o corpo físico, desaparece essa barreira e o eu se encontra subitamente em presença da totalidade dessa "memória". Em grandiosos panoramas aparece-lhe toda a vida passada, sem a dimensão do tempo: o corpo etérico, possuidor dessas imagens, é quem, nesta altura, apresenta-as ao eu.
Separações parciais e momentâneas do eu e do corpo etérico podem ser observadas também durante a vida em caso de choques, acidentes, ou em estados extremos de debilidade vital. Nesses casos a separação não é suficiente para provocar a morte, mas basta para proporcionar ao indivíduo uma experiência parecida com aquela que todos nós temos depois da "morte": muitas pessoas salvas de afogamento ou de uma queda na montanha contam que, numa fração de segundos, apareceu-lhes a vida inteira, em todos os seus detalhes, como num filme.
Um afrouxamento gradual dos laços que unem o eu com o corpo etérico é verificado também em casos de doença em pessoas idosas. Aparecem-lhes pequenas partes da grande vista panorâmica acima descrita, de uma maneira nebulosa e pouco consciente. Essas pessoas lembram-se de detalhes da sua vida pregressa, em particular da sua infância, os quais durante muitos decênios tinham caído no mais completo esquecimento. Enquanto os velhos, em geral, são incapazes de memorizar fatos novos, a memória de acontecimentos remotos torna-se cada vez mais clara.
(Rudolf Lanz)
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