...A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.
Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.
Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio.
Passeia sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
(Hilda Hilst)
2 comentários:
Oi, Menina Loba...
Não venho aqui te visitar faz um bom tempo... mas é sempre um deleite quando venho
''Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.''
Não és passado, mas um infinito presente!
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