"O nômade não tem pontos, trajetos, nem terra, embora ele evidentemente os tenha. Se o nômade pode ser chamado de o desterritorializado por excelência, é justamente por que a reterritorialização não se faz depois, como no migrante, nem em outra coisa, como no sedentário (com efeito, a relação do sedentário com a terra está mediatizada por outra coisa, regime de propriedade, aparelho de Estado...). Para o nômade, ao contrário, é a desterritorialização que constitui sua relação com a terra, por isso ele se reterritorializa na própria desterritorialização. É a terra que se desterritorializa ela mesma, de modo que o nômade aí encontra um território. A terra deixa de ser terra, e tende a tornar-se simples solo ou suporte. A terra não se desterritorializa em seu movimento global e relativo, mas em lugares precisos, alí mesmo onde a floresta recua, e onde a estepe e o deserto se propagam."
(Deleuze e Guattari)
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