5 de julho de 2010

Mundos Infinitos




A cada instante a voz do amor nos circunda e partimos em direção ao céu profundo.
Por que deter-se a olhar ao redor? Já estivemos antes por esses espaços e até os anjos os reconhecem.
Retornemos ao mestre, que é lá nosso lugar.
Estamos acima das esferas celestes, somos superiores aos próprios anjos.
Além da dualidade nossa meta é a glória suprema.
Quão distante está o mundo terreno do reino da pura substância?
Por que descemos tanto? Apanhemos nossas coisas e subamos mais uma vez
Sorte não nos faltará ao entregarmos de novo nossas almas.
Nossa caravana tem por guia Mustafá, a glória do mundo.
Ao contemplar sua face a lua partiu-se em dois pedaços.
Não pôde suportar tanta beleza e fez-se feliz mendicante frente àquela riqueza.
A doçura que o vento nos traz é o perfume de seus cabelos.
A face que traz consigo a luz do dia reflete o brilho de seus pensamentos.
Olha bem dentro de teu coração e vê a lua que se despedaça.
Por que teus olhos ainda fogem dessa visão maravilhosa?
O homem emerge do oceano da alma como os pássaros do mar.
Como há de ser terra seca o lugar do descanso final de uma ave nascida nesse mar?
Somos pérolas desse oceano. A ele pertencemos. Cada um de nós.
Seguimos o movimento das ondas que se arrastam até a terra e então retornam ao mar.
E eis que surge a última onda e arremessa o navio do corpo à terra.
E quando essa onda regressa naufraga a alma em seu oceano.
E este é o momento da união.

Rumi - Poema Místico do Oriente

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