Todas as mãos dadas
juntas não serviam para a mão estendida que eu pedi na hora em
que eu precisava, e eu juro que eu ainda precisava de você naquele
dia que você resolveu não estar mais aqui.
Me fez jurar em vão
que não iria sofrer, porque eu sofri tanto.
Mas pela primeira
vez na vida foi em silêncio, um silêncio da boca pra fora e dentro
a ruptura do cheio, o vácuo, o estranho, o escuro, o nada.
Eu
deveria me sentir sem nada porque eu não tinha mais você, mas tudo
o que eu conseguia sentir era medo de nunca mais ter ninguém por ter
amargado muito e perdido a medida. Medo de não querer mais
absolutamente nada perto da nossa cumplicidade que eu achava ser de
verdade, mas não era. Medo de se apostar de novo em tantas coisas
que depois não seriam.
Rani Ghazzaoui
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