26 de maio de 2012

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Ensinam muitas coisas as garotas. Se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tenta aparar a própria franja. E, um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história, implora para esperarmos por isso. A reviravolta no terceiro ato. A declaração de amor inesperada. A exceção à regra. Mas, às vezes, focamos tanto em achar nosso final feliz, que não aprendemos a ler os sinais. A diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer. Entre os que vão ficar e os que vão nos deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja... Você... Sozinha... Recolhendo os cacos e recomeçando. Ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isto, saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo o constrangimento, você nunca perdeu a esperança.

Trecho retirado do filme: Ele Não Está Afim de Você  


24 de maio de 2012

Perseverança



Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo.

Ana Jácomo


23 de maio de 2012

Todas as mãos dadas juntas...



Todas as mãos dadas juntas não serviam para a mão estendida que eu pedi na hora em que eu precisava, e eu juro que eu ainda precisava de você naquele dia que você resolveu não estar mais aqui.
Me fez jurar em vão que não iria sofrer, porque eu sofri tanto.
Mas pela primeira vez na vida foi em silêncio, um silêncio da boca pra fora e dentro a ruptura do cheio, o vácuo, o estranho, o escuro, o nada.
Eu deveria me sentir sem nada porque eu não tinha mais você, mas tudo o que eu conseguia sentir era medo de nunca mais ter ninguém por ter amargado muito e perdido a medida. Medo de não querer mais absolutamente nada perto da nossa cumplicidade que eu achava ser de verdade, mas não era. Medo de se apostar de novo em tantas coisas que depois não seriam.


Rani Ghazzaoui

21 de maio de 2012

Here Without You


Since the last time that I saw your pretty face
A thousand lies have made me colder
And I don't think I can look at this the same
But all the miles that separate
They disappear now when I'm dreaming of your face...

3 Doors Down


"Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento; passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você fazia escondida, sem deixar rastros nem pistas. Talvez ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte; Ou não."


Caio F. Abreu

19 de maio de 2012

Da Noite



"Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.


Que mitos, meu amor, entre os lençóis:

O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.



Como cobrir-te de pássaros e plumas

E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.



Que canto há de cantar o indefinível?

O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.



Como te amar, sem nunca merecer?

Costuro o infinito sobre o peito.
E no entanto sou água fugidia e amarga.
E sou crível e antiga como aquilo que vês:
(...)
Costuro o infinito sobre o peito
Como aqueles que amam.


Que te demores, que me persigas
Como alguns perseguem as tulipas
Para prover o esquecimento de si.
Que te demores
Cobrindo-me de sumos e de tintas
Na minha noite de fomes.
Reflete-me. Sou teu destino e poente.
Dorme."



(Hilda Hilst)

17 de maio de 2012



Estás enganado se pensas que sei lidar com a dor. Quem a suporta não sou eu, é outra de mim, que surge dos escombros de não sei onde, nem de quê... àquela que realmente sou... Esta, sim, tem magia no olhar, alegria contagiante, mãos que acariciam, olhos apaixonados, sorriso fácil. Não aprecia a solidão, e se perde na simples leveza das asas de uma borboleta a transportar o recente cinza da vida para um passado tão distante, que de tão distante, não existe mais.

Eliane Azevedo

12 de maio de 2012

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Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Díficil é encontrar e refletir sobre seus erros,
ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

(Carlos Drummond de Andrade)

3 de maio de 2012

The Wheel of Fortune


Mudanças, expectativas... E a Roda Gira novamente.