1 de fevereiro de 2010

A Roda da Fortuna


A carta número X do Tarot Mitológico trás as Moiras, as Três Senhoras do Destino. A imagem mostra três mulheres dentro de uma gruta sombria. A primeira à direita, é jovem e bonita e tece o fio em uma roca dourada. A segunda, sentada à esquerda, é mais madura e sua função parece ser a de medir o fio que a primeira fiou. A terceira, bem mais velha, tem nas mãos uma tesoura grande. No centro da carta, entre as três figuras, uma roda dourada, na qual vêem-se quatro figuras humanas em diferentes posições. Pela abertura da gruta vê-se também uma linda pradaria verdejante.
Na mitologia grega, as Moiras tinham como função acompanhar a construção das vidas humanas e seu fim. A primeira, Clotó, a fiadeira, tecia a história de cada vida, como um fio. A segunda mulher, Láquesis, a medidora, media o fio, para averiguar se era chegada a hora de Átropos, a cortadora, usar a tesoura que carrega para determinar o término da existência de cada ser. Eram elas que determinavam o destino, sendo detentoras do poder de vida e morte sobre cada um de nós.
Na figura do tarot, a gruta sugere o útero que gera a vida assim como a tumba ao fim do caminho.
As Três teciam o Fio da Vida dos homens na Escuridão de sua gruta e seu trabalho não poderia ser desfeito por nenhum outro Deus ou Deusa, nem por Zeus.
A lei que rege a construção e destruição da vida é a mesma lei desconhecida e invisível que determina as súbitas mudanças e que, por sua vez, altera os padrões preestabelecidos. As quatro figuras humanas agarradas à Roda representam os vários estágios do destino, mostrando que se em um momento estamos sobre a roda, em outro fatalmente estaremos em alguma das outras posições. É o ciclo interminável de mudanças. Nada dura para sempre, o mundo é um constante movimento e nós, seres viventes, temos que nos adaptar a cada estágio que se apresenta, aprendendo e crescendo espiritualmente. A Roda da Fortuna possui um centro imutável, significando que, apesar do movimento, existe um ponto de apoio para todos nós, que pode significar a família, os amigos, os valores, o próprio eu pessoal bem construído, que vai nos ajudar a nos adaptarmos às diversas fases pelas quais fatalmente passaremos.
A carta da Roda da Fortuna não significa simplesmente as mudanças bruscas da vida, seja por acaso, sorte ou acidente. Por trás da Roda sempre estão as Moiras, que planejam ordenadamente todas as mudanças da vida, ainda que atribuamos tudo ao acaso. A virada da Roda sempre traz o crescimento e inaugura uma nova fase da vida. Não podemos saber o que nos espera, ou melhor, o que encontraremos. Entretanto, por trás das mudanças estão as Moiras, a imagem do centro interno.
Quando a carta da Roda da Fortuna surge, é o momento de se deparar com o nosso próprio destino, aquilo que não depende de nós.
Esse arcano tem uma influência exterior. Em uma interpretação, quando ele aparece em uma tiragem significa que a pessoa não tem mais controle sobre a situação e deve aprender a adaptar-se a ela e crescer. O objetivo final de todo processo é o aprendizado. Essa mudança, portanto pode ser boa ou ruim, de qualquer forma é sempre uma virada, que nos traz crescimento e dá início a uma nova fase de vida. Se o Universo traz algo à sua vida é por merecimento. Se algo é tirado de você, é para que você aprenda com isso. Mas não devemos encarar nenhum evento como positivo ou negativo. Para tudo existe uma razão e um propósito. Por vezes, eventos que consideramos negativos se revelam catalizadores de felicidade e sucesso pouco depois. É o plano maior que não conseguimos, muitas vezes, perceber.
Tudo tem que se renovar. A vida é feita de renovações.
A Roda da Fortuna gira tanto pra cima, como para baixo. Isso nos mostra que nenhuma situação permanece intacta, por mais densa e obscura que ela possa aparecer. Em algum momento, a roda vai girar, desencadeando processos no universo e as coisas vão acontecer.

(Texto retirado da net)

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