Neste pélago escuro em que te afundas,
Longe das sombras autorais e amadas,
Sentes o peito em ânsias revoltadas,
Diluis teu peito em sensações profundas.
Mas, eis que emerges, luminosa, às fundas
Águas do mar das glórias obumbradas,
E, ante o branco estendal das madrugadas,
Nua, em banho ideal de amor te inundas.
Agora, à luz das alvoradas santas
Ungem-te o corpo redolências tantas,
Que, ao ver-te nua, o Mundo se concentre,
E a lua, a Virgem Mãe dos céus escampos,
Que beija a terra e que abençoa os campos,
Beije-te o seio e te abençoe o ventre!
(Augusto dos Anjos)
Um comentário:
Está cada vez mais bonito este cantinho tão especial.
Sempre mais sensível, poético...
E sempre estou aqui mesmo sem me manifestar...
Esse espaço me traz delírios, devaneios que se não fosse pela distância, eu não hesitaria em tentar realiza-los...
Menina sensual, queria muito poder te conhecer melhor...
Bjo
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