7 de outubro de 2012

Delírio



Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!


Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.


No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....



Olavo Bilac

3 comentários:

Sattine Rouge disse...

Ai que "coisa" deliciosa de se ler, adorei e copiei... *rs
Beijocas e ótima semana!

Morgana... disse...

Fique a vontade Satine que a casa é sua rsrsrs

Beijão

Sattine Rouge disse...

Obrigada, Querida.