20 de junho de 2011

Retrato de Mulher



Seu velado sorriso fertiliza
a paisagem estéril ao fundo
de seus olhos insinuantes
agitam meu oceano libídico.

A ausência de rosas, dálias,
papoulas, margaridas…
de flores não afasta de você
a primavera, mesmo após várias luas.

O retrato perde-se na moldura,
mas a mulher é o abismo de aromas,
corredor presente de vôos possíveis
onde debilmente macho
tateio meu futuro infantil.

Em suas fontes, matas,
montes e curvas de além-mar,
dedilho, navegante, a música de
toda minha existência.

(Carlos J. Tavares Gomes)

Um comentário:

Merlim Thy Vamp disse...

Grande poema...

para criaturas divinamente intrigantes!