28 de abril de 2011

Dançarina do abismo


Alta e esquia ela levantou-se com as mãos na nuca

Todas as vezes que me recordo de sua beleza, turva-me a razão

Ela dançou algumas danças de sua tribo:

Dançou a dança do sol que era um bailado vertiginoso;

A dança da lua, que era uma dança harmônica, medida;

E a dança da morte, que era parada e fria.

O Sol, com seu cortejo de alegrias e glórias,

a Lua, com suas melancolias

e a Morte, com suas dores e tristezas.

O amor, porém, esperava que cobríssemos de rosas o tapete de sua sacerdotisa.

Seus olhos dançaram sob as asas dos cílios. Ergueu as mãos, e no côncavo das palmas, sua maravilhosa cabeça pesava como um mundo.

Um resplandecente êxtase iluminou-lhe a face

Ela executou três passos com as costas arqueadas e as mãos abertas, num gesto de oferecimento apaixonado.

E, de repente, endireitou-se, oferecendo as suas mãos com o perfume das rosas.


(Autor desconhecido)

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