7 de janeiro de 2011


Quero que me veja como eu sou. Não é difícil notar isso. Preciso que perceba em mim o que só eu mesma consigo ver. Preciso que você me veja! Quero que repare na sutileza do esvoaçar de meus cabelos sempre badernados. Quero que me dê sorrisos quando as palavras somem. Quero que veja como é doce quando eu falo que quero seu abraço. Quero que entenda que as minhas unhas curtas e constantemente roídas são por não saber do que virá, por sempre estar preocupada. Quero que sinta meu cheiro, e sonhe. Quero que meus grampos de cabelo te façam ver simplicidade. Quero te fazer ver que nem tudo é problema. Quero poder te mostrar que meu modo incoerente de conduzir, não causa atrito. Quero que perceba que eu não sou a pessoa mais inteligente que conhece, mas que sei o que é bom pra mim. Quero que ouça a verdade da minha poesia. Quero que sinta meu cafuné ausente. Quero te fazer bem. Quero só o seu bem. Quero que veja nos meus olhos, minha clareza e sinceridade. E quero tantas coisas, que de tanto querer, já não sei se elas existem. Ao que me parece, perecem.

Porque eu não quero que veja os meus defeitos e eu não quero vê-los também.


(Marina Percheron Menegusso)

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