1 de dezembro de 2010

A Temperança


E assim, depois de termos passado pelo frio raciocínio da razão, chegamos a um novo arcano. Um anjo feminino está nos esperando aqui, o anjo da Temperança. Ela está tranquilamente derramando um líquido entre dois recipientes. Embora a imagem esteja quieta, se dá a impressão de que ao terminar de esvaziar o recipiente superior, ela repete o procedimento ao contrário, ou seja, as emoções representadas pela água se movimentam calmamente e essa é a ideia deste arcano. Sentimentos calmos fluindo equilibradamente e esse equilíbrio emocional é reconfortante.

Estamos diante da cooperação entre elementos opostos, diante de certa esfera do sentimento que nos revela o “coração equilibrado”, porque não é frio, nem objetivo, nem reativo e passional. É o sentimento que é fruto de uma escolha deliberada, temperada pelo ir e vir de uma diplomacia do coração.

O Arcano XIV está ai para nos mostrar como usar nossas emoções de forma positiva, pois essa é a sua mensagem.


"Em hebraico, os atributos bons são chamados " boas medidas"- o que sugere que a excelência de uma qualidade é determinada pela sua proporção, não pelo que é em si mesma, mas pelo seu uso corretamente relacionado com determinadas circunstâncias.Tudo o que não está na medida certa, que se relaciona desproporcionalmente com uma situação, tende a ser ruim.Assim ,o bom é o que está contido dentro dos limites corretos, e o ruim,o que ultrapassamos e vai além desses limites;e não importa se esta ultrapassagem das fronteiras é positiva ou negativa, restritiva(Arcano 13 - A Morte) ou excessiva ( Arcano 15 - O Diabo),os parentêses são meus,trata-se da recusa de afeto ou generosidade no amor. E , de fato, essa necessidade de equilíbrio é verdadeira em todos os organismos vivos;cada célula do organismo tem uma certa forma e uma certa velocidade fixa de crescimento e sempre que sua forma é distorcida ou seu crescimento excede o que deveria ser, o resultado é uma patologia. O mal no mundo é apenas uma quebra de limites, o que possibilita a existência de fatores parasíticos e danosos. É fácil confundir este princípio de manter-se dentro dos limites corretos com a mediocridade, como não ser uma coisa e nem outra. Na realidade, há uma enorme diferença. O que se recomenda não é apenas um meio - termo, é uma rejeição dos extremos em termos de um conhecimento claro de manter tudo, inclusive o extremo, em seu lugar correto."


A Rosa de Treze Pétalas - Adin Even Yisrael

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