A primeira coisa que tenho a declarar é que
não sou uma pervertida. Não mais do que
qualquer outra pessoa. Se você viesse ao meu
apartamento se surpreenderia mais com a
louça na pia do que com meu calabouço — o
custo de vida na cidade é tão alto que tenho
sorte de ter encontrado um apartamento
com sala que eu pudesse bancar. Digamos
que um calabouço não era realmente uma
opção.
E abordando alguns estereótipos desagradáveis,
não sou um capacho nem uma
ignorante. Não tenho vontade de passar o dia
cozinhando enquanto alguém caça e colhe
frutas para mim e mantenho as coisas em ordem,
o que é bom porque, fora uma carne assada
decente no domingo, sou uma cozinheira
meio ruim. Também não sou que nem
a Maggie Gyllenhaal em Secretária. Infelizmente.
Sou simplesmente uma submissa,
quando a vontade vem e quando tenho alguém
em quem confio para praticar. Você
não perceberia se me conhecesse. É apenas
uma faceta da minha personalidade, um dos
vários elementos do caráter que me fazem
ser... eu.
Diário de Uma Submissa