27 de maio de 2011

A lembrança dói...


"A lembrança dói...
Meu cérebro tenta descobrir onde fica exatamente a dor, mas logo desiste, porque tudo dói. Estou cansada de viver como se já fosse uma pessoa adulta e madura.

Gostaria de voltar a ser criança, uma garotinha de seis anos que caiu da bicicleta, e corre aos berros a cozinha, onde minha mãe me ergueria do chão, me daria um forte abraço e beijaria meu joelho esfolado. Eu pararia de chorar e tomaria leite com chocolate para passar a dor.

Essa é uma das coisas que as pessoas não nos ensinam quando falam de crescer: como lidar com as dores que não passam com um beijo..."


(Retirado do Livro Soul Love - A noite o céu é perfeito)

20 de maio de 2011

Wolfshade (A Werewolf Masquerade)



Ela trouxe a noite oculta em seus tristes olhos de loba
O perfume do crepúsculo, seu tão forte cheiro
Meio loba, meio fêmea - Como um estranho casamento
A Mãe Natureza nos tem oferecido para ver

Sua máscara cai perdida no fatal amanhecer
Com os olhos fechados para o sol. Ele dorme
E no nome de seu pai
Ela matará. Minha pequena assassina

Pássaro noturno. Um réquiem que Deus não pode esquecer
Sua vida é apenas uma celebração da morte dele,
sem seus espinhos no coração dela. Ela usa as sombras como face
Um lobisomem mascarado. Nos seus olhos a sombra da loba

Ela trouxe a noite e pela noite estava oculta
Nós ainda somos as crianças que ela libertará com seus poderes
Estranhos são os caminhos da brava loba

(Moonspell)

10 de maio de 2011

Paradoxo


"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."

(Caio Fernando Abreu)




4 de maio de 2011

Postcards



Há casais contra qualquer ostentação. Não realizam propaganda do seu amor. Não narram vantagens, não se elogiam em público, não descrevem o que ele ou ela preparou de especial na noite anterior, não geram ciúme, muito menos inveja entre os amigos. Não se derramam em abraços de aeroporto em cada esquina.

São os casais ideais, certo? Talvez durem para sempre, o que não traduz perfeição.

Não há como ser feliz sem merchandising do que se está vivendo. Sem morder a língua. Sem fofoca. Sem contar um pouco mais. É pensar e divulgar.

O amor é público, desde quando se estendeu a mão pela primeira vez com muito nervosismo para andar na rua com ela.

Não existe como disfarçar. Sensibilidade controlada é indiferença.

Um dos graves traumas afetivos é a falta de amor pelo amor.

Os pares se amam, mas estão descontentes por amar. Não desejavam estar amando. É um amor contrariado, um amor dissidente. Como uma maldição: Por que foi acontecer comigo logo agora?

É como se a companhia não fosse apropriada. Ou que não devia ter surgido naquele momento, é bem capaz de atrapalhar os negócios ou a vontade de viajar e de ser livre. Ou porque é diferente e não responde automaticamente. Perderemos tempo, perderemos a agilidade que tanto nos caracterizava.

Não se enxergam abençoados, e sim traídos pelo destino. Não tratam de alardear seu relacionamento como um feriado de sol. Por receio ou insegurança, não se orgulham da companhia. Nunca falarão: estou com quem sonhei, é perfeito para mim.

Não identificam que já têm o mais complicado, que o restante é simples: um cartão, um torpedo, uma cartinha, uma lembrança, um prato predileto, um capricho, um colo.

Amam ao mesmo tempo em que odeiam. Amam ser, odeiam estar. Por aquilo que a convivência exige, pelo mal-estar de uma conversa truncada, pelo ciúme passivo e sempre existente, pela necessidade de telefonar e de se apaziguar, pela dependência ruidosa e ávida.

Quem ama alguém, mas odeia o amor não terá paciência. Entrará num clima de cobrança permanente, de suspeita irremediável. Conhece como o par fica irritado e trata de testar os limites. Não agrada para criar contrariedade e arrecadar sinais do fim. Quer se livrar do amor, não do outro, mas o amor está no outro que acaba pagando a conta.

Não consegue se separar, tampouco se entrega verdadeiramente.

Quando está em paz, enlouquece. Quando está estressado, age com distração e depois reclama da cobrança. Ou cobra a cobrança. Ou antecipa a cobrança que não viria. A briga está condicionada a uma postura catastrófica. Mobilizado a provar que não tem mais jeito. Em vez de elogiar, reclama. Em vez de se declarar, ironiza. Em vez de confiar, pragueja.

A mulher pode amá-lo, o homem pode amá-la. O cara pode amá-lo, o cara pode amá-lo de volta. Só que ambos não amam o próprio sentimento. Cada um não se ama por amar. Não basta amá-lo, tem que se amar por amá-lo.

Mas a reflexão não termina por aqui. Caso contraiu piedade do que não ama o amor, há ainda um tipo mais terrível: aquele que ama o amor, mas não ama seu parceiro. Ama seu modo de amar e não aceita mais nada. Faz o amor de propaganda, que é o contrário de fazer propaganda do amor. Experimenta um delírio romântico. Tudo o que o outro oferece não é do jeito conhecido, portanto não serve. Alimenta uma insatisfação constante, autoritária, como um diretor que recusa o improviso de seus atores e manda repetir a cena. Não reconhece os gestos mais naturais e singelos. Sufoca o que vive de fato pela pressa de um cartão-postal. Funciona na base do escândalo: da serenata na janela, da Kombi do aniversário, dos presentes imensos e das provas vistosas. Será insaciável, pressionando para receber o que somente ele imaginou (e nunca confessou).

É um desalmado da privacidade, um amante genérico, porque ama demais a si para amar quem quer que seja.
( Fabrício Carpinejar)

1 de maio de 2011

Who wants to live forever?


Who dares to love forever?
When love must die?
But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever?
Who wants to live forever?
Forever is our today
Who waits forever anyway?

(Queen)


A Torre


Rompimento das formas aprisionadoras, liberação para um novo início. Desafios dos momentos de transição. Destruição da rigidez. Abertura. Conhecimento.


O Arcano VI significa que as coisas que não se encaixam serão separadas definitivamente por Deus (ou pelo Destino) na vida do consulente. A mudança através da força da natureza é uma oportunidade de um novo começo material sem rompimento propriamente com o espiritual, o consulente com isso tem forças para se erguer, pois o que não o destrói o fortalece.


(Fonte: Wikipedia)